quinta-feira, 19 de março de 2015

Gerente da Sabesp e sociólogo debatem crise hídrica em Osasco

Professores, alunos e representantes da sociedade civil organizada participaram na noite desta terça-feira (17/3) de palestra sobre a crise hídrica com foco nas mudanças climáticas, consumo, soluções como cidades resilientes. Clique aqui e veja fotos.

O evento, integrante da Semana da Água, ocorreu no auditório da ETEC Professor André Bogasian, em Osasco, e contou com a presença do sociólogo Walter Tesch, ex-coordenador de Recursos Hídricos da Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos de São Paulo, e de Josué Fraga da Silva, engenheiro e gerente do Departamento da Unidade de Gerenciamento Regional de Osasco da Sabesp.

Carlos Marx, secretário de Meio Ambiente, abriu o evento destacando ser a água um recurso de valor econômico e indispensável para a vida. “No governo do prefeito Jorge Lapas, a prefeitura de Osasco vem desenvolvendo várias ações de proteção da água. Incrementamos o programa de Proteção de Minas e Nascentes. Para economizar água potável e favorecer a população, passamos a utilizar água de lagos dos parques para limpeza de feiras livres e irrigação de jardins. Estamos incentivando a comunidade a implantar sistemas de captação de água de chuva. São ações permanentes que se tornaram referência para o país”, sintetizou.

O sociólogo e ex-subprefeito do bairro paulistano de Parelheiros, Walter Tesch, discorreu sobre a programa Década Internacional da Água, Fonte de Vida (2005-2015), que preconiza a promoção de ações integradas referente ao uso e a conservação da água e impedimento da exploração não sustentável dos recursos hídricos. “Água é um tema de múltiplos usos e é uma discussão política, social, cultural e econômica”, disse.

Walter Tesch apontou a divisão geográfica regional no formato de Bacias Hidrográficas como importante modelo de planejamento para a preservação das condições de produção, frente ao aumento das necessidades de água para múltiplos usos como consumo, energia, alimentos, etc.

Fatec1

O sociólogo também discorreu sobre governança democrática, pedagogia cidadã, metas dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) visando promover o desenvolvimento inclusivo e sustentável através de um esforço coletivo.

Destacou a importância em se construir cidades resilientes, ou seja, uma cidade capaz de resistir, absorver e se recuperar de forma eficiente dos efeitos de um desastre e, de maneira organizada, prevenir que vidas e bens sejam perdidos.

Uma cidade resiliense aumenta o grau de consciência e compromisso em torno de práticas de desenvolvimento sustentável, diminuindo as vulnerabilidades e propiciando bem estar e segurança aos cidadãos. Além disso, adota medidas para reduzir o risco de desastres através de planejamento do uso dos recursos naturais e sua proteção.

Na sequência, Josué Fraga da Silva, gerente da Sabesp de Osasco, discorreu sobre o atual plano de abastecimento da empresa. Segundo ele, não há racionamento de água em Osasco e sim rodizio, em vista da diminuição de pressão da água em bairros no município.

“A Sabesp está investindo em obras emergenciais que vão garantir a disponibilidade de mais água na região metropolitana, onde está incluída Osasco. Com a redução da oferta de água do Sistema Cantareira, a empresa está trazendo água para Osasco do Guarapiranga, com boa qualidade. Apesar das dificuldades, a cidade continua recebendo água diariamente. Para reverter o quadro preocupante da escassez da água é fundamental a mudança de hábitos. É preciso economizar, fazer o seu reuso dentro de casa e nas empresas. E isso, felizmente, está acontecendo. A população está contribuindo cada dia mais”, destacou Fraga.

Estudantes sabatinam palestrantes

Luciano Lemos, estudante de Administração, questionou sobre legislação, eficiência do redutor de ar após o hidrômetro e racionamento de água. O estudante Lourival Alves, do curso de Logística, também questionou sobre racionamento, pois no Jardim Aliança a falta de água é constante a partir das 15 horas.

“Não recomendamos nenhum tipo de instalação de bloqueador de ar nos medidores porque esses equipamentos ficam abertos na rede, podendo haver contaminação da água. Porém, é possível economizar colocando, por exemplo, redutor de vazão nas torneiras. A Sabesp disponibiliza no site os horários e datas onde vão ocorrer a redução de pressão”, informou Josué Fraga.

A professora Elizabete Barbosa Aragão Araújo, do curso de Logística, comentou sobre alguns trabalhos de conclusão de curso, na FATEC, com foco no transporte de água e na inclusão de aerodutos (conduto de ar nas instalações de ventilação). Sobre mercado de trabalho aos profissionais de Logística, pediu incentivo por parte da prefeitura.

O secretário de Meio Ambiente foi questionado para informar quais medidas que a Prefeitura tem tomado quanto ao uso do solo, ocupação irregular, regularização fundiária. Carlos Marx falou do esforço do prefeito Lapas para regularizar inúmeras áreas residenciais da cidade, que já favoreceram quase 10 mil famílias, que viviam em suas casas em permanente tensão, por falta de títulos de propriedade. Também mais de 5 mil famílias que viviam em favelas, em condições subhumanas, foram favorecidas nos projetos habitacionais da cidade, apoiados pelo Governo Federal.

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No final da atividade, Marx convidou os jovens presentes, alunos dos 3º e 2º anos de Administração, Logística e Marketing, a participarem ativamente dos projetos da pasta que dirige, voltados à conscientização do uso da água. “É possível buscar novas formas de organização, de mobilização social e de medidas de transformação. Na área profissional, é preciso pensar sempre na sustentabilidade”.

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