O
Instituto Abya Yala promoveu na última sexta-feira (9/10) ato em defesa dos
índios Guarani Kaiowá. A manifestação ocorreu às 17 horas, em frente ao Osasco
Plaza Shopping, na rua Antônio Agu. Dentre os participantes, o professor e
pastor Paulo Roberto e o ambientalista e
secretário de Meio Ambiente Carlos Marx, professores, estudantes e militantes
da causa indigenista que pintaram os rostos e usaram adereços em solidariedade
aos índios.
Os
índios estão sendo ameaçados de expulsão de suas terras, no Mato Grosso do Sul,
por uma ordem judicial de reintegração de posse da Fazenda Cambará. A área
habitada por 170 integrantes da etnia Guarani-Kaiowá é disputada há décadas por
índios e fazendeiros.
Em
setembro, o Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3) determinou a
reintegração de posse, com a retirada das famílias indígenas do local, mas elas
se recusam a deixar a região.
Durante
o manifesto, o ambientalista Carlos Marx citou a exploração dos índios desde o
descobrimento do Brasil, sublinhou a mobilização brasileira no ato e disse que
os gestores públicos não podem se omitir nesse ato. “Os latifundiários precisam
respeitar os direitos das populações indígenas que estão instaladas há anos
naquela região”, destacou.
Paulo
Roberto destacou a importância do engajamento da sociedade não indígena na
defesa da vida dos índios no estado do Mato Grosso do Sul, além de pedir apoio
e adesão em abaixo-assinados a favor da demarcação das terras indígenas.
“A
violência contra os Guarani Kaiowá ganhou atenção internacional e as redes
sociais na internet veicularam várias ações exigindo uma intervenção justa do
Estado. Convido a todos a visitar o site do Comitê Internacional de Solidariedade
ao Povo Guarani Kaiowá”, disse Paulo Roberto.
A
professora e poeta Risomar Fasanaro destacou a posição de Osasco em apoiar
grandes movimentos e com os Guarani Kaiowá não poderia ser diferente. Ainda,
comentou sobre o respeito e amor que os índios têm pela terra, e pediu adesão
dos osasquenses a essa nobre causa.
Pesquisas
Relatórios
de diversas entidades nacionais e internacionais a respeito da situação dos
Guarani Kaiowá apontam a extrema violação dos direitos humanos dos índios, somado
ao grande poder político das elites, acentuado na conjuntura atual, onde o
agronegócio se tornou um dos pilares da política econômica.
No
Mato Grosso do Sul há muitas plantações de soja, cana-de-açúcar e pastagens
para o gado bovino, explorados por grandes empresas nacionais e multinacionais,
todos eles implantados sobre as terras reivindicadas pelos nativos.
Movimento Guarani Kaiowá
O
movimento denuncia que, em 9 anos, mais de 273 lideranças Guarani Kaiowá foram
assassinadas por jagunços, a mando de fazendeiros. Além disso, os protestos
alertam para o número de jovens indígenas que cometem suicídio pela falta de
perspectiva de permanecerem nas suas terras.
O
movimento luta pela recuperação das terras desde a década 80, no bojo da
redemocratização, ao mesmo tempo em que se organizavam os setores populares de
todo o País. Os índios vêm enfrentando situações constrangedoras tais como
conflitos entre as famílias, suicídios dos jovens, estupros e assassinatos.
Para
a índia boliviana, professora de espanhol, Roxana Flores, é bom saber que a iniciativa em Osasco está sendo
apoiada pelos membros de movimentos sociais e culturais, sobretudo, pela
Prefeitura.
Na
oportunidade, os repentistas Pena Branca e Raio de Sol improvisaram uma bela
cantoria a favor da causa encantando a todos os presentes. Em exposição
cartazes e faixas com nomes de índios mortos e mensagens exigindo respeito à
cultura e ao povo indígena.
Veja
o vídeo dos repentistas em:
Nenhum comentário:
Postar um comentário