quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Osasco promove ato em favor dos índios Guarani Kaiowá


O Instituto Abya Yala promoveu na última sexta-feira (9/10) ato em defesa dos índios Guarani Kaiowá. A manifestação ocorreu às 17 horas, em frente ao Osasco Plaza Shopping, na rua Antônio Agu. Dentre os participantes, o professor e pastor Paulo Roberto e  o ambientalista e secretário de Meio Ambiente Carlos Marx, professores, estudantes e militantes da causa indigenista que pintaram os rostos e usaram adereços em solidariedade aos índios. 

Os índios estão sendo ameaçados de expulsão de suas terras, no Mato Grosso do Sul, por uma ordem judicial de reintegração de posse da Fazenda Cambará. A área habitada por 170 integrantes da etnia Guarani-Kaiowá é disputada há décadas por índios e fazendeiros.  

Em setembro, o Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3) determinou a reintegração de posse, com a retirada das famílias indígenas do local, mas elas se recusam a deixar a região. 

Durante o manifesto, o ambientalista Carlos Marx citou a exploração dos índios desde o descobrimento do Brasil, sublinhou a mobilização brasileira no ato e disse que os gestores públicos não podem se omitir nesse ato. “Os latifundiários precisam respeitar os direitos das populações indígenas que estão instaladas há anos naquela região”, destacou. 

Paulo Roberto destacou a importância do engajamento da sociedade não indígena na defesa da vida dos índios no estado do Mato Grosso do Sul, além de pedir apoio e adesão em abaixo-assinados a favor da demarcação das terras indígenas. 

“A violência contra os Guarani Kaiowá ganhou atenção internacional e as redes sociais na internet veicularam várias ações exigindo uma intervenção justa do Estado. Convido a todos a visitar o site do Comitê Internacional de Solidariedade ao Povo Guarani Kaiowá”, disse Paulo Roberto. 

A professora e poeta Risomar Fasanaro destacou a posição de Osasco em apoiar grandes movimentos e com os Guarani Kaiowá não poderia ser diferente. Ainda, comentou sobre o respeito e amor que os índios têm pela terra, e pediu adesão dos osasquenses a essa nobre causa.

Pesquisas

Relatórios de diversas entidades nacionais e internacionais a respeito da situação dos Guarani Kaiowá apontam a extrema violação dos direitos humanos dos índios, somado ao grande poder político das elites, acentuado na conjuntura atual, onde o agronegócio se tornou um dos pilares da política econômica.

No Mato Grosso do Sul há muitas plantações de soja, cana-de-açúcar e pastagens para o gado bovino, explorados por grandes empresas nacionais e multinacionais, todos eles implantados sobre as terras reivindicadas pelos nativos. 

Movimento Guarani Kaiowá 

O movimento denuncia que, em 9 anos, mais de 273 lideranças Guarani Kaiowá foram assassinadas por jagunços, a mando de fazendeiros. Além disso, os protestos alertam para o número de jovens indígenas que cometem suicídio pela falta de perspectiva de permanecerem nas suas terras. 

O movimento luta pela recuperação das terras desde a década 80, no bojo da redemocratização, ao mesmo tempo em que se organizavam os setores populares de todo o País. Os índios vêm enfrentando situações constrangedoras tais como conflitos entre as famílias, suicídios dos jovens, estupros e assassinatos. 

Para a índia boliviana, professora de espanhol, Roxana Flores, é bom  saber que a iniciativa em Osasco está sendo apoiada pelos membros de movimentos sociais e culturais, sobretudo, pela Prefeitura. 

Na oportunidade, os repentistas Pena Branca e Raio de Sol improvisaram uma bela cantoria a favor da causa encantando a todos os presentes. Em exposição cartazes e faixas com nomes de índios mortos e mensagens exigindo respeito à cultura e ao povo indígena.  

Veja o vídeo dos repentistas em:


 

 

 

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